Formação de Professores e Educação Indígena: Projeto Magistério Indígena Tamî'kan
Palavras-chave:
Educação, Educação Indígena, Formação de Professores, Magistério IndígenaSinopse
Nas últimas décadas houve importantes avanços na educação para indígenas e na formação de professores indígenas. Nesse sentido os estados estão construindo projetos educacionais específicos às suas realidades socioculturais e históricas, praticando a interculturalidade e o bilinguismo.
Uma iniciativa dos povos indígenas de Roraima provocou o estado para construção do Projeto Magistério Indígena Tamî’kan (PMIT), com objetivo de habilitar 300 professores indígenas para atuar nas séries iniciais do ensino fundamental, na perspectiva específica, diferenciada, intercultural e bilíngue. O projeto foi desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação de Roraima, no período de 2006 a 2013 e executado pelo Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima (CEFORR).
Tomando como referência o PMIT, o olhar investigativo desta pesquisa, derivada de tese de doutorado defendida pela autora no ano de 2017, pautou-se no seguinte problema: quais as percepções dos sujeitos políticos envolvidos no Projeto Magistério Indígena Tamî´kan - 2006/2013, quanto à contribuição da construção da autonomia e o fortalecimento da Educação Escolar Indígena?
O objetivo geral do livro centrou-se em analisar o Projeto Magistério Indígena Tamî’kan - 2006/2013 através das percepções dos sujeitos políticos frente à construção da autonomia e o fortalecimento da Educação Escolar Indígena, razão pela qual a pesquisa se caracterizou pelo uso de uma abordagem qualitativa e dos métodos hermenêutico, exploratório e analítico-descritivo. Como técnica de pesquisa houve a análise do conteúdo ancorada nos instrumentos de entrevista, questionário e seminário.
Como resultado da pesquisa foi possível perceber que o PMIT, em relação à construção da autonomia, cumpriu o que se propôs, os egressos do curso são atuantes politicamente, participam ativamente das atividades na comunidade, assembleias regionais e ampliadas e dos movimentos de reivindicação de direitos tornando-se construtores de sua própria história. Em relação ao fortalecimento da educação indígena há uma participação ativa nos processos decisórios das políticas educacionais em nível federal e estadual.
Esta obra demonstra, com base nos resultados obtidos na pesquisa, que os sujeitos diretos e indiretos envolvidos politicamente compreendem a educação escolar indígena com um direito e uma possibilidade de libertação individual e coletiva a partir da construção de uma consciência crítica e atuação libertária. Evidenciando-se ainda, que o projeto auxiliou na valorização e construção da identidade. Contudo, percebeu-se a necessidade de revisão da matriz curricular no tocante à língua materna, uma atenção ao bilinguismo e multilinguismo e o aprofundamento aos processos de construção do Projeto Político Pedagógico, possibilitando a associação entre teoria e prática. De forma que o fortalecimento destes aspectos represente as aspirações e particularidades de cada povo indígena.
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