Pedagogia lúdica: um estudo de caso no ensino de História

Autores

Abigail Pascoal dos Santos
Universidade Paulista (UNIP)

Palavras-chave:

Ensino, História, Lúdico, Pedagogia

Sinopse

O presente livro enfoca um novo arrolar dentro do universo da prática no ensino de História nos anos de 6º ao 9º do ensino fundamental maior (EFM) por meio de uma discussão sobre a didática que está pautada num cenário lúdico e atraente para a compreensão e construção dos conhecimentos.

A escola é a principal ferramenta capaz de promover junto à família as bases capazes de nortear a formação de cada cidadão e diante desta perspectiva fundamenta-se a necessidade de mediar o ensino de história de forma prazerosa e dinâmica. Desta feita percebe-se a necessidade do estudo do tema abordado dentro de um contexto geral, visto que os fenômenos que norteiam o entendimento da história de nosso dia a dia, perpassa a necessidade de conhecer minuciosamente cada detalhe que a constitui correlacionada às demais ciências.

O lúdico é algo presente na vida de todo ser humano, sua essência é natural. A cada um decorre a sutil recordação das brincadeiras da infância, em casa, nas ruas, nas calçadas, nos divertimos com os mais diversos tipos de brincadeiras. Cada detalhe destes momentos ficará “arquivado” em nossa memória de forma prazerosa.

O tempo passou, levando consigo muitos momentos e a cada dia nos deparamos com uma realidade desconexa daquela que preencheu em outros momentos nossas vidas de informações que se transformaram em conhecimentos a partir de uma prática embasada na ludicidade, nomenclatura a qual outrora nem conhecíamos. Ingressamos na escola e é justamente ali que nosso destino é brutamente mudado: as exigências focam-se apenas no estudar dentro de um contexto de cobranças tradicionais e desestimulador.

No entanto, cada passo dado no contexto escolar, diante de um processo de ensino e aprendizagem formalizador, deparamo-nos com uma realidade reprodutora, onde escola e professores encontram-se despreparados para atender uma clientela cheia de informações que tem em seu derredor um contexto repleto de tecnologias que favorecem a construção do conhecimento, porém desarticula e desestimula o processo de ensino e aprendizagem em sala de aula, visto que os professores prendem-se a aulas monótonas que limitam-se a quadro e giz.

Tal postura desfavorece o ensino que se torna desgastante para o educando sendo incapaz de promover ao aluno a construção de uma nova concepção de mundo a partir de seus conhecimentos prévios como, também, reconhecer a história enquanto uma ciência que, além de nortear a sua vida, seja empregada em cotidiano diário. Já que as novas estruturas de mundo exigem cada vez mais do ser humano, induzindo-os a pensar cada vez mais rápido.

É uma realidade que a educação pública brasileira passa por inúmeros desafios e um dos principais está focado na formação deficiente de muitos professores que limitam-se à sua formação acadêmica, esquecendo dos inúmeros entraves que norteiam a prática do professor, condições precárias em relação às estruturas físicas das escolas, quadros sem a mínima condição de uso, livros desatualizados, salas de aula superlotadas, falta de material básico didático, falta de laboratórios. Nesse contexto, o aluno passa a ser alvo fácil de uma educação desestruturada e desgastante o que facilita a evasão escolar e o desinteresse em massa de nossos alunos.

Nas escolas de ensino fundamental maior o ensino de história se dá de forma muitas vezes acrítica, quando o professor solicita que o aluno abra seu livro na página X e copie as questões, em seguida responda-as, sem o mínimo de acompanhamento. A postura apresenta-se como “enrolação” de acordo com os alunos, por parte do professor.

Após concluir esta fase da atividade proposta pelo professor, o mesmo, vista os cadernos dando uma pontuação sem fins claros e objetivos. Nesse embalo os alunos seguem sem ao menos compreender as fases e os períodos dos fatos históricos, o que torna a compreensão do ensino de história impossível aos alunos. Para tanto o ensino de história de forma planejada e dinâmica pautada em dramatizações, contos, produção de paródias utilizando temas voltados ao conteúdo de história, repentes, jogos pedagógicos envolvendo temas históricos, dentre muitas outras atividades lúdicas voltadas ao ensino de História.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, determina que “o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à tolerância; valorização da experiência extraescolar” (LDB, artigo 3º, inciso I,II,III,IV,X), “atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem”(LDB, artigo 4º, inciso VIII,IX), “articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; zelar pela aprendizagem dos alunos” (LDB, artigo 12º, inciso VI).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) descrevem a necessidade de que “sejam exploradas: a aprendizagem de metodologias capazes de priorizar a construção de estratégias de verificação e comprovação de hipóteses na construção do conhecimento, a construção de argumentação capaz de controlar os resultados desse processo, o desenvolvimento do espírito crítico capaz de favorecer a criatividade, a compreensão dos limites e alcances lógicos das explicações propostas. Além disso, é necessário ter em conta uma dinâmica de ensino que favoreça não só o descobrimento das potencialidades do trabalho individual, mas também, e sobretudo, do trabalho coletivo.

Isso implica o estímulo à autonomia do sujeito, desenvolvendo o sentimento de segurança em relação às suas próprias capacidades, interagindo de modo orgânico e integrado num trabalho de equipe e, portanto, sendo capaz de atuar em níveis de interlocução mais complexos e diferenciados” (BRASIL, 1999, p. 28). Logo, a uma inquietação em harmonizar aos educandos uma concepção estrutural pautada na dinâmica da ludicidade, favorecendo assim a aprendizagem dos alunos, e sua formação num âmbito crítico e dinâmico.

O principal ponto é justamente identificar, pontuar e sanar as necessidades vigentes, interpostas pelos educandos dentro de um contexto de ensino de história, apontando os seguintes questionamentos: Como transformar o ensino de história, desvinculando-o de uma prática tradicional e desestimuladora? Ou seja, como tornar as aulas de história mais significativas e prazerosas, capazes de envolver e consolidar os conhecimentos dela proferidos? Entretanto, é indubitavelmente possível atingir tais ensartes a partir da implementação de nova estruturas didáticas providas nas aulas de história, com base na prática mediada pelo lúdico.

Visando uma melhor noção do tema em questão, é indispensável situar direcionamento das aberturas pertinentes para o alargamento deste trabalho. O nascente direcionamento desta obra é fruto da definição do objetivo geral deste produto que é conhecer e refletir a respeito da formação e mediação das aulas de história na prática tradicional do professor no ensino fundamental de 6º a 9º das escolas, assim como pontuar suas dificuldades.

Recebendo como embasamento tal repto que abrange o processo de uma prática lúdica, envolvente e transformadora na mediação das aulas do ensino fundamental, a intenção da efetivação desta obra é examinar a dinâmica didática dos professores do ensino fundamental maior no componente curricular de História, constatando os reais reflexos desta prática didática na aprendizagem dos alunos.

Desejando uma nova postura do professor frente a dinâmica de suas aulas  o trabalho aqui estimado propõe uma reflexão que permita a mudança de comportamento, capaz de gerir desafios apropriados de serem sanados a partir de uma nova postura didática e prática dos educadores, proporcionando aos alunos a resolução dos desafios a ele propostos de forma autêntica, harmoniosa e fantástica. 

Para a efetivação desse objetivo, determinou-se as seguintes ações; a) análise da prática didática no ensino de história dos professores do ensino fundamental maior e sua formação; b) observação da prática das aulas; c) aplicação de questionários aos professores e aos alunos; d) verificação dos materiais de apoio disponíveis aos professores e alunos.

Nesta obra, a edificação e a sistemática dos elementos foram geridas por um processo de caráter exploratório, seguido de apreciação, discussão e compreensão amparadas nas guias qualitativas de investigação aludidas por Lüdke e André (1986) e de métodos de diagnóstico de teor definidas por Bardin (1977) como alvo de arranque para dinamizar a partir da verificação concretizada suportes resultantes e evidenciados. Para alcance em tão alto grau, foram empregadas as seguintes ferramentas: averiguação da realidade mediante observação, análise da dinâmica dos professores em sala de aula, nível de formação destes professores, postura dos docentes frente as aulas gerenciadas, além da aplicabilidade de questionários.

Estruturado em cinco capítulo, o presente livro discute a relevância do ensino lúdico no contexto da disciplina de História, por meio de uma abordagem que se fundamenta em uma perspectiva socioconstrutivista. Convido você leitor a me acompanhar nesta leitura.

Publicado

abril 20, 2019

Séries

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